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A beleza não é apenas um valor estético – é também um capital social sustentado pela indústria global.
Não é por acaso que a publicidade oferece mecanismos e produtos de todos os tipos, com a finalidade de induzir às mulheres a manter a beleza e a juventude.
Redes e mídias social, bem como a publicidade e a indústria têm um enorme impacto nas mulheres e na sua autoimagem.
Haja vista a exposição à mídia visual, que retrata rostos e corpos idealizados, pode proporcionar às pessoas uma autoimagem negativa ou distorcida.
A era digital atual, que está marcada pelo domínio de plataformas como Instagram, Facebook e TikTok, expõe um panorama de preocupações com a autoimagem corporal e, consequentemente, com a transformação negativa deste impacto.
Estas plataformas evoluíram para além de meros locais para a exibição de imagens idealizadas; servem agora como fóruns ativos para comparação social, construção de identidade e disseminação cultural.
A maior preocupação dos especialistas é com a contínua exposição a representações meticulosamente selecionadas e frequentemente melhoradas digitalmente da forma humana.
Essa transformação fomenta uma cultura de comparação implacável, levando à insatisfação corporal generalizada e ao sofrimento psicológico entre vastas faixas da população global.
Isso porque o novo ideal está globalizado e homogeneizado, dizendo que a beleza está associada à juventude e à magreza.
Nas últimas décadas, a ênfase neste ideal tem sido acompanhada por um aumento no nível de insatisfação das mulheres com seus corpos.
Aliás, uma insatisfação que se estende aos homens e, especialmente, aos jovens.
Impactos dos padrões de beleza na saúde mental
Embora as preocupações com a imagem facial e corporal não sejam uma condição de saúde mental em si, elas têm um impacto negativo na saúde mental das mulheres, sendo associadas ao
- Transtorno Dismórfico Corporal (TDC): que se caracteriza por afetar a percepção que o paciente tem da própria imagem corporal, levando-o a ter preocupações irracionais sobre defeitos em alguma parte de seu corpo (por exemplo: nariz torto, olhos desalinhados, imperfeições na pele etc,),
- Transtorno de Ansiedade Social (TAS), também conhecido como fobia social, é um transtorno mental que gera medo e ansiedade intensos em situações sociais.
- Transtornos alimentares causam hábitos alimentares irregulares e sofrimento grave ou preocupação com o peso ou a forma do corpo.
- Sofrimento psicológico, baixa autoestima, automutilação e pensamentos suicidas.
Padrões que retratam a imagem quase inatingível da beleza perfeita
É possível escapar da mídia?
Para muitos, não é possível escapar da mídia no cotidiano, pois, ela está em todos os lugares.
O resultado disso é o efeito negativo tão grande, tão frequente e tão profundo.
Infelizmente, há muitas pessoas que se deixam levar.
As redes sociais impõem em cada uma o que pensar, quem ser e como e com quem se deve parecer.
Por outro lado, a publicidade também cria necessidades pessoais, que por sua vez podem mudar atitudes, preferências pessoais e, principalmente, a autoimagem.
Esse processo é tão grave, que o indivíduo passa por uma mudança na qual consegue rejeitar a própria visão que ele tem de si mesmo.
Segundo pesquisas, há sérias demonstrações do que essas representações podem causar nas pessoas.
A mídia mostra mulheres “convencionalmente” chamadas de belas.
Causando mal-estar em quem, por ventura, não é magro, não tem nariz afilado, lábios carnudos, dentre outros caracteres.
De maneira que, fica submerso um efeito prejudicial na satisfação das espectadores com sua própria aparência.
Consequências
Esse efeito negativo, no entanto, não se limita às mulheres.
À medida que a representação do ideal de beleza pela mídia se tornou cada vez mais dominante e generalizada, passou a afetar os homens em maior grau.
Quando a mídia oferece um ideal do protótipo humano, ela capitaliza inseguranças, pois a autoestima torna-se, neste momento, completamente destruída.
Mídia
A mídia pode supostamente remediar a discrepância entre o que se deve ser e o que se é na realidade por meio de produtos e por meio de procedimentos supérfluos disfarçados de ferramentas de autoaperfeiçoamento.
Não é de surpreender que a popularidade dos procedimentos estéticos tenha aumentado constantemente nas últimas décadas.
Cirurgias estéticas
É fato que a vontade, o desejo de pessoas se submeterem a procedimentos estéticos está ligado a essa falsa verdade de que é possível ter corpo e rosto jovens para sempre.
E assim, com a proliferação desse tipo de conteúdo, que retrata a imagem quase inatingível da imagem perfeita, os padrões de beleza são elevados, tornam-se a tábua de salvação, pois, para muitos, somente dessa forma é possível alcançar a beleza eterna.
Lucros
Contudo, há de se dizer que essa busca incessante para corresponder a esses padrões é apenas para gerar lucros e são as empresas que se beneficiam.
Influência das mídias sociais na imagem corporal e na saúde mental

O papel das mídias sociais é aproveitar esses mecanismos subjacentes e fazer com que eles sejam incluídos numa exposição a padrões corporais irrealistas, de forma que o envolvimento em comparações sociais tornam-se demasiadamente prejudiciais.
Acreditar e internalizar um ideal de aparência, promovido por meio de curtidas, comentários e compartilhamentos, serve, ao mesmo tempo, como prazer imediato, aprovação social e valor pessoal, reforçando a importância da aparência nos processos de auto avaliação.
Essa dinâmica pode precipitar comportamentos obsessivos relacionados ao corpo, a dietas mirabolantes e a exercícios pesados, que aprofundam ainda mais a insatisfação física e mental.
Além disso, o anonimato e a distância que as plataformas digitais fornecem podem, às vezes, levar ao cyberbullying e à vergonha corporal, exacerbando o impacto negativo na imagem corporal e na saúde mental dos indivíduos.
Conclusão
Embora a mídia imponha uma versão idealizada do ser humano perfeito, é possível construir uma autoimagem mais positiva.
Para isso, é preciso que cada indivíduo que esteja ligado a esse grupo, faça as pazes com o próprio corpo.
A aceitação é um princípio que deve se conquistado.
Por isso, a jornada deve ser consciente.
Aceitar os próprios traços é o primeiro passo.
Aceitar a si mesmo e as aparentes “falhas” é o começo para um longo voo rumo a melhor escolha.
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