Reprodução/Pexels
Quais foram os padrões de beleza criados no passado?
Ao longo da história, os padrões de beleza já passaram por diversas mudanças.
Esse resultado advém de uma série de transformações culturais, sociais e até políticas.
O que já foi considerado belo numa época pode não ser em outra.
Podemos citar o exemplo dos antigos egípcios que davam ênfase na juventude, uma vez que os gregos e romanos privilegiavam o atletismo.
Dando um pulo para o Renascimento, os corpos mais cheinhos era o ideal.
Na Era Vitoriana, corpo admirado era o que tinha forma de ampulheta.
Observe:
Egito Antigo
A beleza estava ligada à juventude e à simetria, com penteados e maquiagem elaborados sendo importantes.
Grécia e Roma Antigas
Corpo bem esculpidos como o de todo atleta.
Renascimento
O corpo mais cheio era considerado belo.
Era Vitoriana
Como uma figura em forma de ampulheta, em razão dos espartilhos usados diariamente.
Década de 1920
O Estilo Flapper favorecia uma silhueta juvenil com cabelos curtos e o uso de vestidos.
Década de 1950
Curvas bem voluptuosas. Basta lembrar da figura de Marilyn Monroe.
Século XX em diante
Época de mudanças rápidas influenciadas pelo o que mídia apresenta e a moda dita.
Isso levou a uma maior diversidade nos padrões, levanto também em conta os movimentos sociais, promovendo a positividade corporal e a inclusão.
Século XXI
Não somente a influência das mídias sociais, mas também a globalização, fez que com que as pessoas, de maneira geral, tivessem uma aceitação maior da diversidade e da individualidade.
Uma breve história da evolução da beleza, a partir de 1920
É fato que algumas coisas são universais e, em muitas vezes, incontestáveis praticamente em todas as sociedades humanas.
E, como é o ponto principal do nosso artigo, a discussão sobre beleza sempre existiu.
De acordo com o senso comum, a juventude é bela, é universal e transcultural.
Qualquer coisa que mostre mais ordem é bela, contrastando com a desordem.
Tomás de Aquino herda a tradição aristotélica e cristã, buscando conciliar a filosofia clássica com a teologia cristã.
Sua reflexão sobre a arte se dá, especialmente, dentro do contexto de sua teoria da beleza.
Para o religioso, ela é uma forma de experimentar aproximação com o Divino, ainda que não se possa compreender plenamente, mas que pode experimentar.
Para Tomás de Aquino, a beleza é um reflexo da ordem criada por Deus.
Nesse sentido, a pintura, a escultura, a música, a arquitetura e a literatura não são belas apenas porque agradam aos sentidos, mas também por expressarem, de diferentes formas, uma ordem superior.
Desse modo, esse pensamento explica por que a estética medieval valoriza tanto a simetria e a harmonia, ou seja, não se trata apenas de convenções estilísticas, mas da tentativa de refletir a racionalidade divina.
Mas, distanciando um pouco desse conceito tão rico sobre beleza, partindo de uma visão mais cotidiana, nós, como seres humanos julgamos e somos julgados, em relação ao que vemos.
Trata-se de uma atitude que não dá pra evitar; naturalmente fazemos isso.
Veja bem: num momento em que duas pessoas se encontram pela primeira vez, a maior parte da comunicação se resume inicialmente numa “leitura” não verbal da pessoa que está a nossa frente.
Invariavelmente, somos levados a avaliar as pessoas e tomar decisões precipitadas sobre seu caráter e capacidades, com base em uma avaliação em frações de segundo.
Subtraindo os amigos de inimigos, por questões óbvias, temos essa atitude continuamente.
Por um lado, a “leitura” ela é também positiva.
É natural do ser humano querer “conhecer” alguém assim q a vir pela primeira vez.
Essa atitude faz parte de nossos mecanismos sociais inatos.
Precisavamos avaliar as pessoas com rapidez suficiente para nos livrarmos de uma situação perigosa e sobreviver o suficiente para iniciar uma sólida amizade.
Segundo pesquisador de linguagem corporal, Albert Mehrabian, afirma que mais de 90% da comunicação é não verbal, ou seja, 55% não verbal, 38% vocal (seu tom, inflexão), e as palavras sozinhas representam apenas 7% da compreensão.
Dito de outra forma, Albert Mehrabian criou a “Regra dos 7%-38%-55%”, também chamada de “Regra de Mehrabian”, que destaca o impacto variável das palavras, do tom de voz e da linguagem corporal na transmissão de sentimentos e atitudes.
No entanto, essa regra muitas vezes não foi tão bem aceita e foi mal interpretada em alguns lugares.
A Verdade é que estamos sempre nos avaliando.
Isso porque nossa aparência importa, sempre importou e sempre importará.
Tanto é que culturas e países estabeleceram regras sobre o que é considerado belo.
Fluidas e maleáveis, regras sempre mudam e, da mesma forma há divergência.
Uma jornada através das décadas: como os padrões de beleza evoluíram no último século
Os padrões de beleza evoluíram continuamente, refletindo mudanças sociais, transformações culturais e avanços tecnológicos.
Por isso, vamos fazer aqui, no nosso blog, uma viagem divertida e nostálgica através das décadas, para ver como os ideais de beleza mudaram desde a década de 1920 até os dias atuais.
A Era das Flappers
A década de 1920 foi uma mudança drástica, caracterizada pelo visual flapper.
O conceito “Flapper” pode se referir a um estilo de mulher e moda dos anos 1920.
As flappers eram mulheres jovens, principalmente nos Estados Unidos, que desafiavam as normas sociais tradicionais, usando vestidos curtos, cabelos curtos e adotando um estilo de vida mais livre e moderno.
De fato, as mulheres adotaram cabelos curtos e no estilo Chanel, sobrancelhas finas e um espírito rebelde que desafiava as normas tradicionais.
O visual ideal era romper com o passado, centrado na aparência ousada e não convencional.
Olhos escuros com delineado kohl, sobrancelhas finas e lábios escuros e marcantes estavam na moda.
Esse visual era ousado e glamouroso, representando a recém-descoberta independência das mulheres.
Marcas icônicas como Max Factor e Maybelline surgiram, tornando a maquiagem mais acessível às mulheres comuns.
A Era de Ouro de Hollywood
A década de 1930 viu a ascensão do glamour hollywoodiano, com mulheres aspirando à aparência elegante e sofisticada das estrelas de cinema.
O padrão de beleza ideal era glamouroso e refinado e muito influenciado pelo cinema.
Nesse sentido, as tendências de maquiagem incluíam sobrancelhas finas e arqueadas, lábios mais carnudos e um visual mais natural, porém glamouroso.
A Revlon foi fundada nessa época, levando esmaltes e batons combinando às massas.
Atrizes como Greta Garbo e Marlene Dietrich se tornaram o epítome da beleza com seus estilos sofisticados e sensuais.
A Era da Guerra
A década de 1940, marcada pela Segunda Guerra Mundial, testemunhou uma resistência incrível e, portanto, gerando a adaptabilidade das mulheres diante de mudanças sociais significativas.
Apesar da guerra, elas eram incentivadas a manter a aparência, o que levou a um ideal mais prático, porém glamoroso.
O direcionamento é numa aparência natural, porém elegante.
As principais tendências eram lábios vermelhos, olhos naturais e cabelos levemente cacheados.
Elizabeth Arden teve um papel importante e, para isso, criou produtos de maquiagem patrióticos, enfatizando a importância da beleza mesmo em tempos difíceis.
Veronica Lake e Rita Hayworth se tornaram ícones de beleza conhecidos por seus penteados icônicos e beleza clássica.
O boom do pós-guerra
Ao chegar na década de 1950, podemos perceber que é uma época de prosperidade e otimismo, refletidos nos padrões de beleza ultra femininos.
O visual ideal girava em torno de corpos em formato de ampulheta, beleza glamourosa e aparência elegante.
Em seguida, as mulheres passaram a ser femininas e muito mais confiantes.
Para isso, usavam delineador gatinho, lábios vermelhos e cabelos impecavelmente penteados eram as marcas registradas da década.
Uma dela é a marca Estée Lauder que se tornou uma marca conhecida e famosa, oferecendo produtos de beleza luxuosos.
Atrizes como Marilyn Monroe e Audrey Hepburn estabeleceram o padrão com sua beleza atemporal e elegante, tornando-se ícones da época.
O Movimento Mod
O movimento “Mod” foi uma subcultura jovem que surgiu na Inglaterra no final dos anos 1950.
A principal característica do movimento foi um estilo de vida e moda específicos, além de uma forte ligação com a música, especialmente o jazz moderno e, posteriormente, bandas de Rock daquela época.
Sendo assim, a década de 1960 trouxe uma abordagem jovial, lúdica e experimental à beleza.
O Movimento Mod sempre preferindo estilos ousados e inovadores, teve forte influência.
Nessa década, era primordial quebrar barreiras e aceitar plenamente a individualidade.
Maquiagens ousadas para os olhos, com delineador pesado, rímel e lábios em tom pastel definiram a era.
Mary Quant estilista britânica, conhecida por popularizar a minissaia na década de 1960, desempenhou um papel crucial, tornando um símbolo da cultura da moda dos anos 1960.
Modelos como Twiggy e atriz como Brigitte Bardot tornaram-se símbolos da época, conhecidas por suas maquiagens dramáticas e visuais joviais.
A era do disco
Ao chegar na década de 1970, percebemos uma mudança em direção à beleza natural e ao espírito livre, enfatizando a individualidade.
1970 foi uma década inesquecível, em razão da discoteca, refletindo a vibrante vida noturna e a cena musical.
Tons terrosos, pele bronzeada e maquiagem disco brilhante e ousada eram populares.
Figura icônica como David Bowie influenciou fortemente as tendências de beleza da época.
Atrizes como Farrah Fawcett e a belíssima cantora Diana Ross representavam a beleza natural e o glamour disco, definindo tendências que definiram a década.
O Ousado e o Belo
É verdade que a década de 1980 se destacou pelo uso de maquiagem ousada, cabelos volumosos e cores vibrantes dominando o cenário da beleza.
O visual ideal era fazer uma declaração e se destacar.
Para tudo isso acontecer, sombras vibrantes, blushes ousados e contornos dramáticos eram tendências cruciais.
A MAC Cosmetics, conhecida por suas cores vibrantes, foi fundada em 1984 e rapidamente se tornou uma das favoritas.
Quem se destacou nesta época, até por usar o famoso batom vermelho da Mac foi a cantora Madonna.
Modelos como Linda Evangelista, Claudia Schiffer, Naomi Campbell, Kate Moss, Cindy Crawford e Christy Turlington se tornaram ícones da moda e da beleza.
Em decorrência a década de 1990 introduziu várias tendências de beleza, do grunge ao chique minimalista.
O visual ideal variava, refletindo a diversidade e a experimentação da década.
Olhos escuros e esfumados, pele matte e batons naturais eram famosos.
A Urban Decay é uma marca americana de cosméticos conhecida por seus produtos de maquiagem de alta qualidade e cores ousadas, especialmente suas paletas de sombras, como a icônica Naked.
Fundada em 1996, a marca se destaca por sua atitude “Beauty With An Edge” (Beleza com um toque especial) e por oferecer produtos que desafiam convenções.
Hoje a marca é uma subsidiária da L’Oréal.
As modelos Kate Moss e Naomi Campbell exibiram o grunge e a alta costura, tornando-se ícones da época.
O início dos anos 2000 abraçou a estética brilhante, reluzente e glamourosa da era Y2K.
A era Y2K, também conhecida como anos 2000, refere-se a uma estética da moda e cultura pop que floresceu no final dos anos 90 e início dos anos 2000.
A sigla “Y2K” significa “Year 2000” e engloba um estilo caracterizado por elementos futuristas, cores vibrantes, brilhos, peças justas e acessórios marcantes.
Foi uma década de lábios brilhantes, sombras brilhantes e pele bronzeada.
Marcas como Stila e Benefit Cosmetics ofereciam produtos inovadores que atendiam ao visual glamouroso.
As musas Britney Spears, Jennifer Lopez e Aaliyah representaram o glamour do Y2K, definindo tendências que definiram a década.
Conclusão
Percebemos que o conceito de beleza é complexo e multifacetado e está profundamente interligado às nossas percepções, experiências e normas sociais.
No entanto, à medida que nos aprofundamos na compreensão da essência da beleza, percebemos que ela transcende a aparência física.
Embora a moda, a maquiagem e tantos os fatores externos marcam uma década, uma geração, não são as qualidades físicas que tornam uma mulher genuinamente bela.
A beleza mais uma vez é cultivada e está muito mais ligada ao caráter, à autenticidade, à resistência, à diversidade e à mudança do que qualquer outra coisa.
A beleza está nas manifestações de uma vida enriquecida, vivida com propósito, autoconsciência e uma profunda conexão consigo mesma e com os outros.