Desodorante: conheça a origem do produto que revolucionou a higiene pessoal

Sabemos que a transpiração e o odor corporal fazem parte da condição humana. Contudo, sempre houve um forte desejo de controlar e eliminar esses dois problemas. É sobre esse assunto que trata o nosso post.

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É uma busca constante do homem e da mulher cuidar do corpo, da aparência, por isso, o asseio, a limpeza facial e corporal foi sempre objeto de atenção.

Por isso, o nosso assunto é como e quando surgiram os desodorantes e antitranspirantes?

Para isso, vamos mergulhar nessa história fascinante e descobrir como chegamos ao ponto em que estamos hoje.

Como o desodorante evoluiu ao longo dos séculos?

A busca pela higiene pessoal remonta às civilizações antigas. 

As primeiras formas de desodorante surgiram por volta de 2000 a.C. na Mesopotâmia (atual Iraque).

Nesta época, as pessoas preparavam remédios aromáticos com ingredientes naturais, como óleos perfumados e resinas, para mascarar o cheiro do suor e o odor corporal.

Depois usavam esses produtos em rituais de banho.

E, assim, por muitos anos, era assim que os povos antigos cuidavam da higiene corporal, evitando maus odores.

Em tempos mais recentes, percebemos certa evolução neste cuidado.

Já não eram apenas óleos, com o passar do tempo, tecidos absorventes eram também usados ​​nas axilas para absorver o suor antes que o cheiro penetrasse nas roupas. 

Posteriormente, o talco e o bicarbonato de sódio também passaram a ser usados, para diminuir o odor das axilas, de maneira que podemos chamá-los de precursores dos desodorantes modernos.

E, com o passar do tempo, em 1888, surgiu o primeiro desodorante comercial. 

Na verdade, era um creme desodorizante com óxido de zinco como ingrediente ativo neutralizador de odores, acondicionado em uma lata de metal.

Somente em 1903, foi lançado a Everdry que tornou-se o primeiro antitranspirante a entrar no mercado, tendo como princípio ativo o sal de alumínio, que impedia a transpiração e funcionava obstruindo os poros para evitar o suor.

A ascensão dos antitranspirantes: impacto cultural e social

Décadas de 1900 a 1930: 

  • Os desodorantes eram, em sua maioria, em pó ou creme.
  • Marketing focado na vergonha e na aceitação social.
  • Os aromas eram leves e atalcados.

Década de 1940

  • Mais produtos unissex apareceram,
  • Alegações científicas entraram no mercado,
  • Os aromas permaneceram suaves, mas agora eram rotulados como “frescos” ou “limpos”.

Década de 1950

  • Os formatos roll-on e spray tornaram-se populares,
  • Os anúncios antigos de desodorante apresentavam personagens idealizados e de aparência impecável.

Década de 1960

  • A fragrância tornou-se um grande diferencial de vendas,
  • O marketing apostou na liberdade e na auto expressão,
  • As embalagens dos produtos tornaram-se mais coloridas e modernas.

Anos 1970

  • Os ingredientes naturais ganharam popularidade,
  • Fragrâncias e embalagens sem distinção de gênero,
  • Mensagens menos julgadoras e mais empoderadoras.

Década de 1980

  • Aromas fortes e marcantes,
  • Proteção por 24 horas,
  • Publicidade mais atlética e enérgica.

Década 1990

  • Os formatos em spray voltaram a ganhar popularidade,
  • O aroma tornou-se ingrediente principal,
  • O marketing se voltou para a cultura jovem.

Dos anos 2000 até os dias de hoje

Opções sem alumínio e sem bicarbonato de sódio,

Ingredientes benéficos para a pele, como o magnésio,

Embalagem para viagem rápida.

Por que a evolução do desodorante é importante

O desodorante não serve apenas para nos manter secos. É um reflexo de quem somos e do que valorizamos. 

De anúncios que exploram a vergonha a fórmulas que nos fazem sentir bem, essa trajetória mostra o quanto as coisas mudaram e o quanto evoluímos.

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Como vimos acima, o primeiro desodorante que eliminava as bactérias causadoras do mau cheiro chamava-se Mum e foi patenteado em 1888. 

O desodorante era um creme que vinha numa lata de metal e usava óxido de zinco para combater o odor. 

Uma versão dessa primeira fórmula foi posteriormente desenvolvida no primeiro desodorante roll-on na década de 1950.

Desodorante antitranspirante

O desodorante antitranspirante é mais recente, surgiu no final do século XX. 

O primeiro produto desse tipo foi o Everdry, lançado em 1903. Alguns anos depois, em 1909, o médico  Dr. Abraham D. Murphey desenvolveu  um antitranspirante líquido para manter as mãos secas durante cirurgias. 

A influência do Dr. Abraham D. Murphey

A jovem Edna Murphey influenciada pelo seu pai, o médico Dr. Abraham D. Murphey, se sentiu motivada a resolver um problema comum de higiene pessoal com uma solução inovadora que deixaria um impacto duradouro no mundo, uma vez que o odor corporal era um desafio enfrentado por muitas pessoas, especialmente com a evolução das normas sociais e dos hábitos de higiene pessoal.

Embora soubesse que o odor corporal é algo natural, Edna Murphey também sabia que essa era uma preocupação de muitos naquela época, e, assim, decidiu comercializar, inicialmente para mulheres,  o produto criado pelo seu pai – um antitranspirante líquido para manter as mãos secas durante cirurgias. 

Após alguns anos sem sucesso,  Edna Murphey finalmente lançou um antitranspirante chamado Odorono (pronuncia-se “Odor, oh não!”),

Mas, nem tudo são flores: desodorantes também podem ser ruins para a saúde e o meio ambiente

Isso acontece porque os desodorantes representam riscos à saúde, devido a substâncias químicas como o alumínio – há um grande debate sobre câncer de mama/Alzheimer – parabenos e ftalatos – desreguladores endócrinos – e triclosan – resistência a antibióticos.

Além disso, há também os desodorantes aerossóis que liberam COVs e gases de efeito estufa – contribuindo para a poluição do ar e as mudanças climáticas – e geram resíduos de embalagens plásticas.

Em outras palavras, tais problemas ambientais decorrem da fabricação, do escoamento de produtos químicos para a água e das embalagens de plástico, afetando os ecossistemas e a qualidade do ar. 

Preocupações com a saúde em relação aos ingredientes

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Compostos de alumínio: bloqueiam a transpiração e estão associados a preocupações com câncer de mama/Alzheimer. (Nesse caso as evidências são controversas).

Parabenos: são conservantes que imitam o estrogênio que interferem nos hormônios e estão associados à puberdade precoce.

Ftalatos: são encontrados em fragrâncias que podem interferir nos hormônios e afetar a fertilidade e estão associados à asma.

Triclosan: trata-se de um agente antibacteriano, disruptor endócrino que promove resistência a antibióticos.

Fragrâncias (Parfum): algumas misturas usadas nos desodorantes podem causar alergias, dores de cabeça e conter COVs (Compostos Orgânicos Voláteis) não declarados.

Talco: pode estar contaminado com amianto e causar irritação pulmonar se inalado. 

Questões ambientais (formulações e embalagens)

Nos desodorantes aerossóis, os propelentes,como o butano, são gases de efeito estufa; os COVs contribuem para a formação de smog.

COVs (Compostos Orgânicos Voláteis) que evaporam-se de sprays e fragrâncias, poluindo o ar e afetando sua qualidade.

Resíduos plásticos: as varetas e garrafas de plástico contribuem significativamente para a poluição plástica global.

Escoamento de produtos químicos: o triclosan junto a outros produtos químicos chegam aos cursos de água por meio das águas residuais, o que pode prejudicar e muito a vida aquática. 

Contudo, não se pode negar a necessidade de muitas pessoas em usar desodorantes, de forma que a melhor escolha é usar produtos mais naturais, especialmente os que não têm alumínio, parabenos e ftalatos.

O ideal também é não fazer opção por desodorantes aerossóis. O melhor é usar desodorantes em bastão, gel ou creme para reduzir as emissões de COVs (Compostos Orgânicos Voláteis) e propelentes.

Outra coisa é sempre buscar por produtos sem plástico, dando preferência a marcas que usam embalagens de vidro, papelão ou recipientes reutilizáveis.

E, por último, dar sempre atenção aos rótulos, para verificar quais são os ingredientes, como “fragrância”, talco e BHT/BHA.

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