O preço da beleza: o ideal de beleza feminina

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Quando se usa a expressão: “ideal de beleza feminina”, geralmente se refere aos padrões e às percepções sociais em relação à aparência das mulheres.

Embora esses padrões e percepções possam variar entre diferentes culturas e períodos históricos, eles são frequentemente moldados por influências externas, tais como mídia, publicidade e tradições culturais, além de submeter a mulher expectativas irreais ao que realmente significa ser uma mulher.

Sobre o conceito de beleza

O conceito de beleza mudou e evoluiu ao longo do tempo, desde a Grécia Antiga até o ideal de beleza agora, século XXI.

E, para atender a esse tipo de padrão, ao longo da história, as mulheres recorreram a vários métodos, a fim de se adequar ao padrão.

Contudo, para “estar de acordo”, muitas mulheres se submeteram a dietas, a procedimentos estéticos, bem como, no início do século XX, ao uso exagerado de espartilhos ou ataduras nos pés, que muitas vezes resultaram em danos físicos e psicológicos a muitas mulheres.

Como fica a mulher que foge a esses ideais?

Certamente sofre impacto, uma vez que, não seguir o padrão pode levá-la a ter sentimentos de inadequação, vergonha e até mesmo transtornos alimentares.

Além disso, em nossa sociedade, há também uma pressão muito forte das mídias sociais que desempenham um papel fundamental na perpetuação desses modelos, frequentemente exibindo imagens de um pequeno número de mulheres que não condizem com o que é de fato uma mulher real.

Ainda que a mulher esteja satisfeita consigo mesma, ainda que ela não se submeta a um padrão, há uma pressão que a desafia.

Tal pressão pode ser direta ou indireta.

Muitas vezes, grupos de amigos, ambiente de trabalho, de escola ou até mesmo familiares pressionam sem saber que estão na realidade fazendo exatamente o que o padrão exige.

Há, em várias regiões e culturas, discussões que destacam a necessidade de haver sensibilidade cultural e respeito pelas diversas expressões de feminilidade, reconhecendo que a beleza pode se manifestar em inúmeras formas, em diferentes sociedades.

O ideal de beleza oscila

O ideal de beleza feminina é um conceito social sobre a aparência da mulher que pode mudar ao longo do tempo e variar de sociedade para sociedade.

Mesmo dentro de diferentes faixas etárias, a aparência considerada ideal para uma geração é frequentemente diferente para grupos mais velhos ou mais jovens.

O padrão se defina de maneira restrita, sem respeitar as individualidades, e não leva em conta a genética e a biologia.

Como todos nós sabemos, esses dois fatores são primordiais na determinação da altura, do peso e da tez, dentre outros.

O cinema, a mídia, a moda e a baixa autoestima

Essa ideias também estão sendo refletias em várias culturas, haja vista a publicidade, a moda, a TV e o cinema.

Quando alguma mulher não consegue ser “igual” àquela atriz, àquela modelo, sempre se comparando, naturalmente vai ter sua autoestima alterada.

Sem querer, a pessoa pode passar a ter sentimentos de inferioridade, especialmente entre meninas e adolescentes, e a pressão para se conformar a esses padrões pode levar a danos físicos e mentais.

A crítica e a vergonha corporal estão muito presentes em adolescentes, visto que são o maior grupo de risco para sofrer bullying.

Algumas maneiras pelas quais as mulheres se sentem pressionadas a se conformar ao ideal de beleza feminina incluem dietas e exercícios para criar um corpo ideal, submeter-se a processos químicos para mudar a cor ou a textura do cabelo, aplicar maquiagem, fazer tatuagens,

realizar cirurgias plásticas para aumentar ou diminuir características corporais ou até chegar ao ponto de fazer em si mesma escarificações.

No Brasil, pesquisa realizada apontou que, em média, são feitas 596 lipoaspirações a cada 24 horas.

De acordo com um levantamento realizado pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (Isaps), desde 2010, cerca de 230 mil brasileiros se submeteram à lipoaspiração a cada 365 dias.

Se considerarmos todos os procedimentos estéticos realizado no país, esse tipo de intervenção vai para o segundo lugar na classificação de cirurgias estéticas.

Ademais, roupas e dispositivos para alterar ou realçar algumas características, como nádegas ou seios, também são comumente usados e, frequentemente, comercializados para mulheres, de maneira a permitir, pelo menos aparentemente um padrão ideal.

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A mudança

O ideal que constitui a beleza feminina mudou ao longo dos séculos em todas as partes do mundo.

Como já discutimos no post anterior, as primeiras representações humanas encontradas em muitas partes do Globo retratam mulheres com quadris e bustos fartos, enquanto evidências indicam que algumas culturas valorizavam mulheres esbeltas.

De acordo com pesquisadores, algumas culturas viam mulheres grandes como desejáveis, pois a gordura corporal indicava saúde e fertilidade.

Por outro lado, havia grupos que valorizavam mulheres pequenas, de pele mais escura ou mais clara, ou mulheres com força física.

No Ocidente, por exemplo, o padrão de beleza mudou muito e muitas vezes somente no século XX. As mulheres da década de 1920 cortavam o cabelo curto e usavam roupas de cintura baixa.

O padrão ideal era busto pequeno e corpo andrógino.

As décadas de 1930 a 1950 foram fortemente influenciadas pelo cinema, diga-se, Hollywood. Nesse ponto, o visual de Marilyn Monroe, com corpo em formato de ampulheta, era o formato ideal.

Corpos esguios personificaram a década de 1960, enquanto na década de 1980 as mulheres tentavam imitar supermodelos curvilíneas, porém atléticas.

Visual em 1990 e anos 2000

A mulher muito magra, esquelética, voltou a ditar a moda na década de 1990, e o corpo pálido e extremamente magro da modelo Kate Moss se destacou.

O visual preferido do início do século XXI era magro, com seios e nádegas grandes e barriga chapada.

O padrão incorporado

O ideal de beleza feminina frequentemente representa padrões inatingíveis.

Basta usar como exemplos clássico os espartilhos, tratamentos químicos e capilares, assim como diversos outros métodos que eram frequentemente empregados por mulheres e meninas para atender às expectativas sociais.

No entanto, a maioria das mulheres não apreciam essas práticas.

Contudo, para outro público feminino, trata-se de um padrão que elas devem seguir.

Importante lembrar que o uso de espartilhos foi uma prática pela qual mulheres e meninas se submetiam de maneira a alteraram seus corpos permanentemente para atender às demandas da sociedade e da moda.

Já na Era vitoriana, a cintura era bem definida.

Embora haja um pequeno número de mulheres que continua a submeter seu corpo ao que dita a moda, há, em nossa sociedade, maneiras mais gentis de manter o corpo bem acomodado dentro de uma roupa.

São soutiens, modeladores ou cintas que ajustam, sem sofrimento, a aparência e o formato de seus corpos.

O que fazer com a pressão social

Segundo pesquisadores, a grande maioria das mulheres está insatisfeita com sua aparência.

Além disso, algumas pessoas vivenciam problemas físicos, mentais e emocionais relacionados à aparência que incluem ansiedade, depressão, transtornos alimentares e isolamento social.

Nas sociedades ocidentais, o peso tem sido um padrão que frequentemente gera ansiedade.

E não há dúvida, dificilmente vamos encontrar uma mulher que esteja satisfeita com seu peso. Nunca o peso é o ideal.

Não há equilíbrio na balança; algumas mulheres acreditam que estão muito acima do peso, enquanto outras se consideram muito magras.

Caso atinjam o peso que consideram ideal, certamente estarão insatisfeitas com o corpo.

A mídia, frequentemente, influencia com esse ideal inatingível.

E, nas redes sociais, é o uso de softwares de edição de imagem e filtros que terão o papel de manipular a aparência.

Há, em toda parte, modelos e atrizes que se manifestam publicamente, dizendo sobre as mudanças feitas em seus corpos para publicações como revistas de moda.

Frequentemente, esse grupo de pessoas afinam as coxas, cinturas, além de aumentar ou remodelar bustos e nádegas.

Práticas como edição de imagens e preferências por formatos corporais específicos de modelos têm sido responsabilizadas por contribuir para a prevalência de transtornos alimentares como anorexia e bulimia em vários lugares, tanto no Ocidente como no Oriente.

Conclusão

A pressão para se ter um corpo ideal e obedecer aos critérios de um ideal de beleza é um tema que encontra muitos agentes que defendem a aceitação do próprio corpo.

Um dos argumentos é mostrar a funcionalidade do corpo e quão bem o corpo, ainda que não siga ao padrão, consegue realizar tarefas as quais a pessoa deseja, como fazer trilhas, corrida/caminhada ou atividades tranquilas como andar de bicicleta por prazer.

Para realizar essas tarefas, não é preciso ter um peso ideal ou seguir a um padrão e, sim, sentir-se bem e tranquila com o próprio corpo.

Ninguém, nenhuma mulher deve deixar abalar seu lado psicológico e emocional por nenhum tipo de pressão social

A pressão para se conformar a padrões de beleza irreais, muitas vezes promovidos pela mídia e publicidade, pode levar à baixa autoestima, ansiedade e problemas de imagem corporal.

Ademais, a exposição constante a imagens idealizadas pode fomentar uma cultura de comparação e competição, levando a sentimentos de inadequação e insegurança.

A busca pela beleza deve começar de dentro para fora.

É preciso se sentir bem consigo mesma e não deixar que a busca por uma falsa perfeição se torne uma obsessão, impactando potencialmente a saúde mental e o bem-estar geral.

Olhe para si mesma. Aceite-se da maneira como é.

Ame você e viva feliz!

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